Orgulho impróprio

Quando se trata de custo-benefício, podemos medir nossos esforços de diversas formas. Se quisermos emagrecer, uma combinação de dieta com exercícios específicos é o ideal, mas há opções de menor custo benefício.

Por exemplo, uma pessoa pode apenas fazer dieta ou apenas fazer exercícios, se limitar a comer o de sempre só que na versão light, seguir uma dieta que funciona apenas por tempo limitado ou fazer cirurgia de redução do estômago.

Dentre todas essas opções, devemos escolher a de melhor custo-benefício para quem está visando saúde, mas é claro que pessoas em situações diferentes e com informações diferentes podem preferir uma das outras opções.

Da mesma forma, se importar com animais e querer ter atitudes que diminuem o abuso deles pode levar pessoas a serem vegetarianas ou veganas, mas não significa que seja o caminho de maior custo-benefício para quem visa a paz de para outras espécies.

A rotina diária de uma única pessoa não tem impacto efetivo no mundo. Ter uma dieta vegetariana não salva animal algum. Ainda que haja uma demanda por um segmento vegetariano na indústria de comida, a população do mundo continua a aumentar, então não há diminuição efetiva na demanda por carne.

O jeito mais fácil de atingir um grande número de pessoas é simples: gastar dinheiro com propaganda bem feita em redes sociais, ou criar e espalhar conteúdo atraente de forma que convença pessoas a aderirem a essa nobre causa.

Quem fizer isso, sim, pode dizer com orgulho que está "fazendo sua parte".

É claro que isso não invalida prática da dieta vegetariana em si, pois ela garante uma alimentação muito mais saudável sem um custo maior.

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