Out of streaming, back to manual downloads // Fora dos streamings, voltando aos downloads manuais

This month, thanks to lack of money (even working every day) I decided to start a detoxification process of this dependence on streaming that turned out to be natural in our current times. Why? No biggie, just because of lack of money. I don't have much to complain about streamings. Well actually I do, especially movies and series, usually they are bad, limited and cause a kind of cultural flattening effect on the mass, making a whole nation watch and just talk about one thing (after all, what are squid game ? I don't know and I don't want to know). The streaming of films and series ends up limiting us to observing only a few small angles of the vast world cinema and always in shallow waters, ignoring not only the classics (all, from all previous decades) but also the new classics.

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Of course there are special menus, like MUBI for example. Therefore, my intention here is not to be badmouthing streaming. I just realized that I could do without Tidal (which was my current music stream), Netflix (which I really don't like) and still keep going in a continuous stream of watching good movies and series and listening to good music. By the way, as was well expected, when canceling these packages, I entered this other bubble of reality, which is a revival of downloading. After all, that's what the internet is for! To give you free, quality content! I went back to accessing good movie and music review sites and fishing through the sea of ​​torrents and Soulseek's obscure folders for everything that could please me, and in the short time I've been doing this I've been graced with several good musical and cinematic surprises.

Oops, looks like I downloaded the entire Talking Heads discography. I know David Byrne wouldn't fight me, he's way ahead of time and knows that music needs to spread forever and ever.

Of course it's less convenient, it's less practical. There's no doubt about that, but how accommodating have we become to seeing easy catalogs and ready-made playlists? Even though I'm having "more work" organizing music and downloading movies, I'm feeling somewhat lighter and more self-possessed when choosing exactly what I want and not what is suggested to me.

Thômas Helon Blum

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Esse mês, graças a falta de dinheiro (mesmo trabalhando todo dia) eu resolvi iniciar um processo de desintoxicação dessa dependência de streamings que acabou por se tornar natural em nossos tempos atuais. Por que? Nada demais, só por causa de falta de dinheiro mesmo. Eu não tenho muito o que reclamar dos streamings. Bom na verdade eu tenho sim, principalmente os de filmes e séries, normalmente eles são ruins, limitados e causam uma espécie de efeito achatador cultural na massa, fazendo toda uma nação assistir e só falar de uma coisa (afinal o que é batatinha frita 123? Não sei e não quero saber). Os streamings de filmes e séries acabam nos limitando a observar apenas alguns pequenos ângulos do vasto cinema mundial e sempre em águas rasas, ignorando não só os clássicos (todos, de todas as décadas anteriores) como também os novos clássicos.

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Claro que existem cardápios especiais, como o MUBI por exemplo. Por isso, meu intuito aqui nem é ficar falando mal de streaming. Eu só percebi que eu poderia ficar sem o Tidal (que era meu streaming de música atual), o Netflix (que eu não gosto mesmo) e ainda assim manter-se num contínuo fluxo de ver bons filmes e séries e ouvir boas músicas. Aliás, como bem era esperado, ao cancelar esses pacotes, eu entrei nessa outra bolha de realidade, que é um revival do download. Afinal, é para isso que serve a internet! Para lhe dar conteúdo de graça e de qualidade! Voltei a acessar bons sites de cinema e de critica musical e pescar no meio do mar de torrents e das pastas obscuras do Soulseek tudo que poderia me agradar, e nesse pequeno tempo que tenho feito isso já fui agraciado com várias boas surpresas musicais e cinematográficas.

Ops, parece que baixei a discografia inteira do Talking Heads. Sei que David Byrne não iria brigar comigo, ele é bem afrente do tempo e sabe que a música precisa ser espalhada para sempre e para sempre.

É claro que é menos conveniente, é menos prático. Quanto a isso não existe dúvida, mas o quão acomodados nos tornamos em ver catalogos fáceis e playlists prontas? Apesar de eu estar tendo "mais trabalho" para organizar musicas e baixar filmes, eu estou me sentindo de alguma forma mais leve e mais dono de mim mesmo ao optar exatamente pelo que quero e não pelo que me é sugerido.

Thômas Helon Blum