The saga of making your whole life fit in one room // A saga de fazer sua vida toda caber num cômodo só

I feel like a Japanese who lives in one room! And this experience has been very interesting, although challenging in some ways. Human housing needs are basic and simple, but we tend to accumulate habits and systems that make this living space protocol complex. And the experience I'm having has served me to test my organizational capacity and practicality.

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I'm 33 years old, in the recent past of our society (at least in Brazil), 30 years old is definitely a date where a person goes about his life on his own, with his own legs. At the same time, we are tired of seeing current "memes" about the young person not being able to leave their parents' house anymore and even if they wanted to, they could leave. Furthermore, we are entering the phase of "Don't even try, my dear young man, it won't work." This is due to numerous factors, but which can generally be summarized as: Brazil is decomposing while it is still breathing. Our country's economy is corroded, abrasive and increasingly fragile. But that's not my problem, exactly. Because, firstly, that I'm not young anymore (young for me is 18 to 25 years old), secondly that I've already had the experience of living far from my mother, for several phases and moments. I've been "married" twice. But since my last separation and my father's death, I've moved back in with my mother.

Little by little in the last few years that I've been living with her it has become more and more difficult to keep a fluid relationship, and not because we don't tolerate or respect each other, but because, everyone who has a mother knows, there is a moment where the The need to have one's own space is urgent, it's essential! Even if nothing changes, but you know that space is yours, and that everything that involves him and you is your responsibility! There is something very beautiful about having to wash your own clothes, your own dishes, pay your own electricity bill, have your own money and not need to ask or give explanations or even "wash the dishes to show that you are helping at home". In addition to this feeling of exhaustion between the sides, my mother is in a very difficult phase of acidity here, making it very clear that as the house is hers and the space is hers, she hopes I don't keep bringing my girlfriend to "live here" .

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And that's definitely not what's happening. Dating does not mean living. Spending the weekend at her boyfriend's house isn't a wedding, and even though we tried to bother her as little as possible with our presence, she clearly feels somewhat uncomfortable. This could give me countless philosophical outbursts about the selfish maternal behavior and the tendency to try to show that she is the "Leone", the mistress of the house, among several other factors. But fuck any logic behind this, I did what I could to talk and as I saw things getting less pleasant and positive at home, I finally made the decision to move my room (and my life) out of home and put it in my screen printing workshop, where I work. This space here is small, but not that much. Now I sleep where I work and I work where I sleep. I write for Hive at the same place where I brush my teeth and make coffee, where I make T-shirts for sale, and where I occasionally practice piano and read books. It's a multilayered environment, but I still feel like I should bring more stuff here, and optimize this space more and better, because there's still stuff "in there" in the owner's house that I need to bring to unlink me from my "old abode".

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Of course I'm not doing anything too much, in the end my workshop is on the same grounds as her house, but at least it's separate, it's far from her room, our conversations, music and laughter won't disturb the peace she so longs for! Of course, if I could, I would leave this house immediately, and go into the woods! My big dream has always been to live far from the city, in the rural areas of my city, buy a good plot of land with spring water, virgin forest and build a real place for me to live my life. While this is not possible (money, money, money) I keep sharing the space here with her. And of course, I must emphasize, she is a very good person, she is a dear mother and she has always done everything for me. But this selfish and defensive behavior of hers is nothing new, I know that because she acted the same way in other relationships I've had, and that's a discomfort that I'm not even willing to stress. The advantage of growing up is that you care less and less about small nonsense like this. The important thing is that I can optimize my Japanese pod here, until I can escape civilization.

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Thômas H Blum

PORTUGUÊS

Estou me sentindo um japonês que vive em um cômodo só! E essa experiência tem sido bastante interessante, apesar de desafiadora em alguns sentidos. As necessidades habitacionais humanas são básicas e simples, mas tendemos a acumular hábitos e sistemas que tornam complexo esse protocolo de espaço de moradia. E a experiência que estou tendo tem me servido para por a prova minha capacidade de organização e praticidade.

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Eu tenho 33 anos, em um passado recente da nossa sociedade (ao menos da brasileira), 30 anos já é definitivamente uma data onde a pessoa segue sua vida por conta própria, com suas próprias pernas. Ao mesmo tempo, estamos cansados de ver "memes" atuais sobre o jovem não conseguir sair mais da casa dos pais e nem mesmo se quisesse conseguiria sair. Além disso estamos entrando na fase do "NEM TENTE, meu querido jovem, não vai dar certo". Isso se dá por inúmeros fatores, mas que de forma geral pode ser resumida em: O Brasil está em decomposição enquanto ainda respira. A economia de nosso país está corroída, abrasiva e cada vez mais frágil. Mas isso não é o meu problema, exatamente. Por que, primeiro que eu não sou mais jovem (jovem pra mim é 18 à 25 anos), segundo que eu já tive a experiência de morar longe da minha mãe, por várias fases e momentos. Já fui "casado" duas vezes. Mas desde minha ultima separação e da morte de meu pai, eu voltei a morar com minha mãe.

Pouco a pouco nesses últimos anos que tenho morado com ela tem se tornado mais e mais difícil manter uma convivência fluída, e não por que não nos toleramos ou não nos respeitamos, mas por que, todos que tem mãe sabem, existe um momento onde a necessidade de ter o próprio espaço é urgente, é fundamental! Mesmo que nada mude, mas você sabe que aquele espaço é seu, e que tudo que envolve ele e você, é responsabilidade é só sua! Existe algo de muito bonito em ter de lavar as próprias roupas, as próprias louças, pagar a própria conta de luz, ter o próprio dinheiro e não precisar pedir ou dar explicações ou mesmo "lavar a louça pra mostrar que está ajudando em casa". Além dessa sensação de esgotamento entre os lados, minha mãe está numa fase bastante difícil de acidez por aqui, deixando bem claro que como a casa é dela e o espaço é dela, ela espera que eu não fique trazendo minha namorada para "morar aqui".

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Sendo que definitivamente não é isso que está acontecendo. Namorar não quer dizer morar. Passar o fim de semana na casa do namorado não é um casamento, e mesmo que tentávamos incomodar o mínimo possível ela com nossa presença, ela claramente sente-se de alguma forma desconfortável. Isso poderia me gerar inúmeros desabafos filosóficos sobre o comportamento egoísta maternal e a tendência de tentar mostrar que é a "Leoa", dona da casa, entre vários outros fatores. Mas foda-se qualquer lógica por trás disso, fiz o que pude para conversar e conforme fui vendo que as coisas iam se tornando menos agradáveis e positivas dentro de casa, tomei finalmente a decisão de mudar meu quarto (e minha vida) para fora de casa e colocá-lo na minha oficina de Serigrafia, onde eu trabalho. Esse espaço aqui é pequeno, porém não tanto. Agora durmo onde trabalho e trabalho onde durmo. Escrevo para o Hive no mesmo local onde escovo os dentes e faço café, onde faço as camisetas para vender, e onde ocasionalmente pratico piano e leio livros. É um ambiente de múltiplas camadas, mas ainda assim sinto que eu deveria trazer mais coisas para cá, e otimizar mais e melhor esse espaço, por que ainda tem coisas "lá dentro" na casa da dona de tudo, que eu preciso trazer para desvincular-me da minha "antiga morada".

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Claro que não estou fazendo nada demais, no final das contas minha oficina fica no mesmo terreno da casa dela, mas ao menos é separado, é distante do quarto dela, nossas conversas, músicas e risadas não incomodarão a paz que ela tanto almeja! É lógico que se eu pudesse eu sair imediatamente dessa casa, e iria para o mato! Meu grande sonho desde sempre foi de viver distante da cidade, nas áreas rurais da minha cidade, comprar um bom terreno com água nascente, floresta virgem e construir um local real para eu viver a vida. Enquanto isso não é possível (dinheiro, dinheiro, dinheiro) eu sigo dividindo o espaço aqui com ela. E claro, preciso ressaltar, ela é uma pessoa muito boa, é uma mãe querida e sempre fez tudo por mim. Mas esse comportamento egoísta e defensivo dela não é nenhuma novidade, sei disso por que agia da mesma forma nos outros relacionamentos que eu tive, e isso é um desconforto que nem estou disposto a me estressar. A vantagem de ir amadurecendo é você ir se importando cada vez menos com pequenas bobagens como essa. O importante é eu conseguir otimizar minha cápsula japonesa aqui, até que eu possa fugir da civilização.

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Thômas H Blum