120 anos de Jacques Lacan (1901 - 1981)

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Fonte: Wikimedia

Ontem, dia 13 de abril do ano de 1901 na França, foi dia de comemorar 120 do nascimento de Jacques-Marie Émile Lacan.

J. Lacan fez um corte na Teoria do Conhecimento, ou "Desconhecimento" como o mesmo preferia, contribuindo com avanço da Teoria Psicanalítica.

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De erudição ímpar, formou-se em medicina, fez residência em psiquiatria, contudo, de fato, era psicanalista. Ser psicanalista, para Lacan, já era o bastante. Era o que se precisava para intervir terapeuticamente.

Costumava dizer que Clérambault era seu grande mestre em psiquiatria, e queixava-se de não ter acompanhado-o mais tempo na enfermaria.

Sua época foi marcada por muitas divergências com os rumos da teoria analítica.

Trabalhou diversas questões. O que se faz quando se faz análise? O que está em jogo entre o analista e o analisando? O que é um sujeito? Abriu questões fundamentais na ética, ciência, verdade...

Trabalhou conceitos vigentes e criou os seus próprios.

Seria possível construir topologicamente a própria estrutura da linguagem? Sim! Elaborou a lógica da estrutura da linguagem inconsciente até onde seu conhecimento permitiu. Matemáticos e físicos suaram bastante!

Seu esforço era também pela sobrevivência da psicanálise nos tempos vindouros. Honra ao pai, ao mestre Freud.

Durante muito tempo foi colocado de lado pelas organizações psicanalíticas vigentes, principalmente àquelas que utilizavam a doutrina freudiana como um dogma.

Seduziu uma legião de alunos com seu rigor, ética e compromisso com a clínica. Seus seminários reuniam pessoas do mundo inteiro.

Estudar e praticar o ensino de Lacan, é avançar. É fazer o que o mesmo fez com S. Freud. É não matar o pai, como faz quem vive o dogma de qualquer doutrina.
Como ele dizia: “Façam como eu, não me imitem”.

Ainda temos muito a aprender com seus escritos e linguagem aforística, que nos divide, angustia, coloca para pensar.

Contudo, não era uma busca de saber por saber, se há um saber em jogo, não é o nosso. Fica o dever da nossa própria contribuição no cuidado e amor ao próximo, em reconhecer e apostar em sujeitos.



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